Documentário: Revolution OS — GNU/Linux

Priss Guerrero/ maio 17, 2012/ Tecnologia

Rock ON!!!

Esta semana o novo professor da faculdade nos indicou um documentário bem interessante que eu quero comentar com vocês. Trata-se do Revolution OS, de 2001, que trata sobre a comunidade de Software Livre, do projeto GNU, do Linux e ainda uns pitacos calientes em cima da Microsoft, para deixar qualquer xiita anti-Bill bem contente! Também é falado sobre o código livre. Atenção, este texto contém spoilers do documentário.

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=7LGKgdWtrqI&w=640&h=480]

(Spoilers a partir daqui!!!! Entre por sua conta e risco!!!)

Revolution OS trata-se de um documentário sobre sistemas operacionais e da velha briga entre código aberto e fechado. Para entender isto, precisamos recuar no tempo e conhecer Richard Stallman, a cabeça, ou melhor, o coração por trás de tudo o que envolve a comunidade que hoje trabalha com software livre. Vamos para 1971, quanto Richard trabalhava no MIT desenvolvendo Sistemas Operacionais.

Nesta época ele trabalha em uma equipe de hackers, que nada mais eram do que pessoas inteligentes, que gostavam de seu trabalho: desenvolver programas. Não havia senhas, não havia controles e a internet parecia apenas um sonho. O objetivo maior era mesmo desenvolver sistemas operacionais.

A idéia de comunidade é algo bem fixo na mente de Richard: todos trabalham pelo bem comum e pelo engrandecimento da sociedade. Bem ao espírito dos anos 70.

Só que isto estava para mudar, pois a idéia de software proprietário, ou melhor, como um produto fechado estava surgindo e o cara que promoveu isto, é o nosso velho conhecido Bill Gates, que em uma carta aberta (e diga-se de passagem, narrada com  muito sentimentalismo no documentário) defende o uso de software proprietário, porque afinal de contas, uma empresa que investe capital e recursos humanos deveria ter o direito de proteger suas idéias.

Claro que Richard e a comunidade não acharam isso nem um pouco bonito. Mas a gota d’água para o guru da comunidade foi quando o MIT impôs que todo usuário tivesse uma senha em sua máquina. Isto foi visto por ele como um controle, pois a idéia de Richard era que se uma pessoa usasse um computador, deveria poder fazer qualquer coisa que quisesse, sem restrições. Também poderia ter o direito de modificar partes de um código de acordo com sua necessidade.

Entretanto, os usuários foram realmente obrigados a utilizar senhas em seus computadores, mas que foram rapidamente decodificadas por Richard, que numa típica brincadeira Hacker, enviava uma mensagem ao usuário, pedindo que ele usasse uma senha mais simples: ‘tecle enter’. Constatou então que a maioria havia aderido ao seu chamado.

Richard sai do MIT e inicia seu ambicioso projeto GNU, que significa nada mais nada menos “GNU is not Unix”, brincando agora com recursividade.

A idéia do GNU era basicamente criar um novo sistema operacional para que os usuários tivessem uma opção livre de licenças e restrições, como propunha a Microsoft e outras empresas. A essência do software ser livre era que o usuário poderia modificá-lo como quisesse, adaptá-lo às suas necessidades, deixando seu código aberto e compartilhando com quem mais o desejasse para que fosse usado nas mesmas condições.

Em meados de 80, os softwares de código aberto começaram a se popularizar, deixando seus usuários menos dependentes dos outros, proprietários. Um exemplo disso é o BISON, um programa CAD [desenho assistido por computador], que era em linguagem C e foi adaptado para C++, chamando-se então Bison++, cujo uso foi difundido rapidamente entre os profissionais da área.

Paralelamente ao GNU, na Finlândia, Linus Torvalds, começa a desenvolver seu próprio sistema operacional, o Linux, cujo nome significa basicamente o nome de seu criador e a letra X de UNIX, além disso, Linux é pronunciado do mesmo modo em qualquer idioma. Linus faz o novo Sistema Operacional  com um Kernel rápido e robusto, justamente o que Richard estava procurando. Então, neste momento, vemos o nascimento do GNU/Linux, que viria se popularizar com bastante fluidez na década de 90.

Em 1991 surge a primeira versão do Linux, com basicamente apenas seu criador como usuário e cerca de 10 mil linhas de código escrito. Hoje esses números são absurdamente maiores.

Com o desenvolvimento do GNU e do Linux, foi encontrado um nicho de mercado na área de suporte de software livro, sendo a Cygnus Software a primeira empresa do mercado, que prestava consultoria e serviços para o Software Livre GNU.

Entretanto o uso de software livre ainda demorou a se popularizar e era visto com bastante receio pelas grandes empresas.

O grande boom veio junto com a Internet, quando as empresas precisavam de um servidor web que fosse ao mesmo tempo robusto, flexível, escalável e com custo-benefício aceitável. Neste momento a Microsoft dominava o mercado, praticamente com monopólio, com seu Windows NT e seu servidor IIS.

A comunidade cria o Apache Web Server, as empresas investem e obtém retorno rapidamente: pronto, este foi o grande gatilho, fazendo com que mais e mais servidores baseados em Linux surgissem e este se popularizasse!

A empresa de navegadores Netscape que já estava no mercado há algum tempo, estava perdendo terreno para a Microsoft, pois esta praticamente embutia em seu sistema operacional o navegador Internet Explorer, totalmente ‘gratuito’. O da Netscape era pago naquele momento e estava se tornando obsoleto. A tendência era que a Microsoft se tornasse a única detentora de um navegador e por conseqüência, poderia também alterar os protocolos padrões http e HTML, modificando equipamentos e forçando a retirada de outras, inclusive a Netscape definitivamente do mercado.

Sob influência clara do artigo de Eric Raymond, ‘O Catedrático e o Bazar’, a Netscape toma a iniciativa, abre seu código fonte à comunidade e assim consegue sobreviver, temos o projeto Mozilla nascendo, que daria origem ao atual Firefox.

Contando com colaboração de diversos programadores pelo mundo, aquela idéia de comunidade de Richard tornou-se uma realidade sólida. Hoje temos diversas distribuições GNU/Linux, tais como RedHat, Ubuntu, CentOS. Basta escolhermos e nos familiarizarmos com os comandos.

Mesmo assim, devemos advertir que software livre não é o mesmo que grátis. Há licenças que protegem os direitos intelectuais, ou seja, você não pode modificar o código, fechá-lo e depois lucrar com isso. A idéia é que faça suas modificações do jeito que quiser, livre no sentido de ter liberdade, como já dito e que compartilhe para que outros possam fazer o mesmo. Ser gratuito acaba sendo um efeito colateral.

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Rock OFF!!

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