SUBSTITUTIVO AO PROJETO DE LEI N º 5.069, DE 2013
Rock ON.
O assunto é sério, muito sério e por isso não tem exclamações na chamada.
Isto passou pela CCJ, a “Comissão de Constituição e Justiça” e agora segue para aprovação na Câmara dos Deputados e sinceramente, tomara que não passe, pois se isto acontecer, caso você, amiga leitora ou mesmo o amigo leitor que tenha algum ser do sexo feminino em seu círculo de convivência, vocês, meus caros, agora, em caso de estupro ou qualquer violência que leve a uma gravidez indesejada ou mesmo, uma gravidez de risco, você não terá mais direito de interromper essa gestação. É isso mesmo. Você se fer-rou! sim, isso aí, estou sendo direta, reta.
O artigo todo está aqui: http://www2.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=B9C94B89D092825E08192AF42999B2B0.proposicoesWeb2?codteor=1402444&filename=Parecer-CCJC-21-10-2015
E vou destacar isto aqui:
Sabe o que isso significa? Que sequer você poderá tomar conhecimento de meio abortivo. Sim, isso aí, na cara dura é mesmo, fazer uma propaganda, falar sobre o assunto é proibido, sujeito a penalidade e para piorar, se você tiver a instrução para esse tipo de alerta, digamos, você também tem que ficar calado, em silêncio. A informação morre contigo ou você vai preso.
Cara, que ódio de ler isso, que nojo e que asco.
Não basta o estupro, a violência de ter algo em você que não quer, que não deveria estar lá, você sequer será amparada por lei. Você sequer terá o direito de conhecer algo que te impeça de levar isto adiante. Você está abandonada pelo Estado.
Isso vem da bancada religiosa, que sinceramente nem deveria existir uma, afinal, Estado e Religião quando juntos sempre dão merda, não é mesmo?
E me desculpem os religiosos, mas me expliquem por que eu, que não sigo a religião de vocês, devo ter um direito meu eliminado desse jeito por que um de vocês ou um grupo de vocês, teve essa brilhante ideia, hein?
Ah, é muito pra minha cabeça.
Depois de acompanhar a hashtag no Twitter #primeiroassédio, ver esse texto e a origem dele, só me restar torcer para nunca sofrer esse tipo de violência, porque se for, ou deverei seguir uma das opções abaixo:
- procurar uma clínica clandestina de aborto e talvez morrer no processo;
- procurar um ‘mestre em ervas’ e usar um abortivo natural, como na época do Brasil Colônia;
- morrer por conta própria, entendam como suicídio;
- dar um jeito e sair dessa merda de país o mais rápido possível e procurar ajuda em outro local onde aborto seja permitido nestes casos.
- depender da lerdeza da ‘Justiça’ brasileira;
E se você ficou curioso, abaixo, alguns relatos da hashtag #primeiroassédio:
De embrulhar a alma. Há relatos de homens que foram assediados também e isso é errado também.
É errado forçar outra pessoa, outro ser humano a fazer algo que ele não queira. É pior ainda quando é algo com uma criança. Você tem filho, irmão, primo, irmã, prima, filha, pai, mãe, avó, tio, tia, amigos e amigas; todos podem ser vítimas ou predadores. Sim, o termo que os norte-americanos usam é esse: predador. E acho corretíssimo.
Bom, o fato é que essa proposta é absurda, desumana e fere nossas liberdades. Filho é uma opção de vida, não é um dever, não é uma obrigação. Você escolhe ou não ter filhos, por motivos variados e seus. Há casais sem filhos, há homens que não querem filhos, há mulheres também, ora pitombas.
Deixo também o vídeo que me passaram no Facebook que resume bem a indignação que sentimos eu e minha mãe ao saber do assunto.
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 5069/13, de autoria do deputado Eduardo Cunha. O texto prevê a possível proibição da pílula do dia seguinte para vítimas de estupro na rede pública, se ela for considerada abortiva. Os deputados que votaram favoráveis ao projeto, estão votando contra as vítimas de estupro.Com a pílula do dia seguinte sendo considerada abortiva e proibida para vítimas de estupro, as mulheres que forem estupradas terão que fazer o aborto legal. Melhor seria a prevenção. Mulher que não quer gravidez, em qualquer circunstância deve poder tomar pílula do dia seguinte, mesmo que algum deputado a considere abortiva.O projeto segue agora para votação no plenário.#EquipeMR
Posted by Maria Do Rosário Nunes on Wednesday, October 21, 2015
Exagerei? Talvez e se não é assim, como você vai pensar no assunto?
Reflitam: o que alguém que acabou de ser estuprada agora pensaria ao ler isso, saber dessa lei?
Só tenho mesmo o direito e o dever de me revoltar com isso e expor o caso a vocês e aguardar que isso não passe mais etapas.
Farei updates assim que houver novidades.
É isso, pessoal, façam esse post circular, o projeto, façam barulho, sejamos ouvidos.
ROCK OFF.